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a pesquisa |
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ASSEPSIA DOS AMBIENTES PEDESTRES NO SÉCULO XXI
ENTRE PASSIVIDADE E PLASTICIDADE DO CORPO EM MOVIMENTO
Preocupações ambientais em jogo no século XXI modificaram
significativamente as ambiências dos espaços pedestres nas cidades.
Na Europa e no continente americano, a popularidade da caminhada é
acompanhada por um alisamento homogeinizador da cidade e de uma
padronização dos mobiliários urbanos, o que nos faz questionar se
eles não seriam a causa de nova estética urbana. Nas sociedades
emergentes, o retorno dos enunciados higienistas é acompanhado por
medidas explicitas de pacificação da vida pública. Cada vez mais
estas intervenções produzem novos jogos de ambiências que
conhecemos, desde o trabalho precursor de Georg Simmel (1903),
Siegfried Kracauer (1926) ou ainda Walter Benjamin (1936), seus
impactos sobre as sensibilidades e as sociabilidades de uma época,
as práticas urbanas e as relações com o ambiente.
Num momento em que a figura do pedestre é levantada como um trunfo
da cidade dita sustentável, é interessante questionar as mudanças na
experiência ordinária de pedestres resultantes dessa nova estética.
De quais variações sensíveis estas dinâmicas procedem? Que estados
sensíveis elas geram? Cruzando os pontos de vista de pesquisadores
de diferentes disciplinas (arquitetura, sociologia, dança,
geografia) em três países (França, Brasil, Canadá), e envolvendo-os
em uma abordagem metodológica inovadora (fazer corpo –ganhar corpo -
dar corpo), que tentamos revelar a dimensão processual da relação
entre ambiências urbanas e corpos em movimento.
Em última análise, esta pesquisa mostra como o desenvolvimento das
sensibilidades urbanas são incorporadas no cotidiano do pedestre e
como esta procede numa dinâmica de coplasticidade.
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Rachel THOMAS
CNRS pesquisador CRESSON |
Pesquisa financiada pelo
Programa de pesquisa Interdisciplinar Cidade e Meio Ambiente do CNRS
- MEEDDM
Tradução: Priscila Lolata / Revisão: Paola Berenstein Jacques |
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